Pesquisa da UFSC mapeia produtividade solar em regiões do Estado
Uma pesquisa de doutorado realizada na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) identificou que, apesar de apresentar um dos menores índices de irradiação do Brasil, o cenário para a utilização da fonte solar na matriz energética do Estado é favorável e promissora, podendo gerar impactos econômicos e ambientais, com destaque para a região Oeste. A tese defendida por Andrigo Antoniolli no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, sob orientação do professor Ricardo Rüther, com co-orientação da professora Helena Flávia Naspolini, levou em consideração dados do Projeto Bônus Fotovoltaico da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), que instalou 1.250 sistemas em todas as regiões catarinenses.
Um algoritmo desenvolvido pelo pesquisador gerou dados que indicam que Santa Catarina apresenta valores médios de produtividade acima de 1.200 kWh/kWp por ano. Ou seja, cada 1 kWp instalado pode produzir em média, pelo menos 100 kWh/mês dentro do território catarinense. O estudo consolidou os números a partir de uma ferramenta de gestão e auxílio à tomada de decisão que analisa com cerca de 95% de precisão dados de um grande volume de microgeradores. O foco do estudo está no modelo de geração distribuída.
Em entrevista ao Canal Solar, Antoniolli destacou que também identificou que a produtividade média em Santa Catarina supera em cerca 30% à das melhores regiões da Alemanha. O comparativo entre os dois países foi feito com base nos dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar e nos dados do PVGIS (Photovoltaic Geographical Information System).
“O Brasil é um dos países com melhores níveis de irradiação solar no mundo (médias de 1.300-2.400 kWh/m² por ano, para o plano horizontal). O valor é mais privilegiado que o incidente sobre os países que possuem maior potência fotovoltaica instalada dentro da União Europeia, como Alemanha (950-1.250 kWh/m²/ano), Itália (1.100-1.900 kWh/m²/ano), Espanha (1.200-2.000 kWh/m²/ano) e França (1.000-1.700 kWh/m²/ano)”, destacou ele.
A média anual da geração FV do conjunto de telhados analisados foi de 3.353 kWh/ano ou produtividade anual de 1.265 kWh para cada 1 kWp instalado, com oscilações entre as quatro regiões estudadas em SC.
No estudo, um mapa definido a partir dos dados de geração e de irradiação situa o Oeste como o mais favorável à geração solar FV (1.423 kWh/kWp), seguida por uma faixa composta pela região litorânea, Serra e Meio-Oeste. Algumas regiões no Vale e no Sul apresentam os menores valores de produtividade (1.222 kWh/kWp).
De acordo com o pesquisador, a metodologia desenvolvida na tese pode ser utilizada para prever a geração (mensal e anual) de futuros sistemas fotovoltaicos a serem instalados em qualquer local do estado para auxiliar no planejamento e servir de subsídio para análises de retorno do investimento mais apuradas.
Fonte: (Canal Solar)