Verão: Desafios e Oportunidades para a Energia Solar no Brasil
Na última sexta-feira (22), o Brasil deu as boas-vindas ao verão, estação conhecida por suas altas temperaturas e dias ensolarados. Embora muitos associem o verão à máxima eficiência na geração de energia solar, Lara Marques, analista comercial e especialista em energia solar da Climatempo, aponta que essa estação apresenta desafios significativos para os sistemas fotovoltaicos no país.
Contrariando a percepção comum, Marques destaca que, dependendo da localização, o verão pode ser caracterizado por chuvas intensas e nuvens densas, o que reduz a capacidade de captação de radiação solar, comprometendo a produção de energia. Além disso, as temperaturas extremas comuns nessa época podem influenciar negativamente o desempenho dos equipamentos, aumentando a degradação das células fotovoltaicas.
Não apenas a geração solar enfrenta desafios no verão, mas também o consumo de energia. O aumento das temperaturas leva a um uso mais intensivo de aparelhos como ar-condicionado, resultando em uma demanda elétrica mais elevada. Banhos mais frequentes e outros hábitos relacionados ao calor contribuem para um aumento exponencial no consumo de energia.
O lado positivo do verão:
Apesar desses desafios, Lara destaca que o verão não é desprovido de benefícios para a geração fotovoltaica. A estação é caracterizada por dias mais longos, proporcionando mais horas de luz solar. Além disso, é uma excelente oportunidade para sistemas híbridos, como sistemas de armazenamento de energia ou geradores a combustíveis limpos, otimizando a produção de energia solar.
Primavera: o verdadeiro auge da energia solar
Contrariando a crença comum, Lara Marques enfatiza que os recordes de geração solar ocorrem, na maioria das vezes, durante a primavera. Nessa estação, as temperaturas são altas, mas mais amenas em comparação com o verão, e as pancadas de chuva são menos abruptas, criando condições ideais para a produção de energia solar, com um aumento mais controlado no consumo de energia.
Influência do El Niño
Este ano, a presença do El Niño adiciona um elemento de imprevisibilidade ao cenário. O fenômeno meteorológico, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, intensifica o calor e afeta os padrões de chuva. Com a influência do El Niño, o verão no Brasil deve ser marcado por pancadas de chuva geradas pelo calor e pela alta umidade, em vez de grandes e persistentes áreas de instabilidade, como ocorreu em anos anteriores, conforme informações da Climatempo.
